Transversalidade entre Bourdieu e Fleck: campo e produção do conhecimento científico
AUTOR(ES)
Hoffmann, Yohana Taise
FONTE
Educ. rev.
DATA DE PUBLICAÇÃO
05/12/2019
RESUMO
RESUMO Neste texto, o objetivo é apresentar duas visões a respeito do campo e a produção do conhecimento científico, à luz da epistemologia de Ludwik Fleck (1896-1961) e da sociologia de Pierre Bourdieu (1930-2002). Busca-se um diálogo e uma possível transversalidade, no sentido de que os autores se cruzam por determinados conceitos e ideias em relação ao modo de pensar o campo científico e sua produção de conhecimento, analisando aproximações e afastamentos. A aproximação entre esses autores é um exercício para olhar a produção da pesquisa e a construção de seu objeto, vislumbrando, em particular, a área da História da Educação Matemática (HEM) no Brasil. O artigo está dividido em duas partes. Na primeira, mobilizamos os aspectos epistemológicos que cada autor defende. Na segunda parte, focamos na constituição de um campo científico, como ocorre esse processo de instituição e quais são os movimentos e ações coletivas que fazem esse campo se fortalecer e compartilhar sua produção do conhecimento. Mobilizamos conceitos importantes para os autores, como estilo de pensamento e coletivo de pensamento para Fleck e campo científico e habitus para Bourdieu. A transversalidade entre os autores está relacionada principalmente ao conhecimento científico, como algo social, que faz parte de um coletivo, e não isolado.ABSTRACT The aim of this paper is to present two approaches to the field and production of scientific knowledge, based on the epistemology of Ludwik Fleck (1896-1961) and sociology of Pierre Bourdieu (1930-2002). As the authors coincide in certain concepts and ideas regarding the way of thinking the scientific field and its knowledge production, we seek dialogue and a possible transversality, through the analysis of approximations and distances. The approximation of these authors is an exercise in looking at research production and the construction of its object, particularly when it comes to the History of Mathematics Education (HEM) in Brazil. This paper is comprised of two parts. First, we organize the epistemological aspects that each author defends. Then, we focus on the constitution of a scientific field, on the way this process of institution occurs, and on the movements and collective actions that strengthen this field and share its knowledge production. We list some important concepts for both authors, such as “thinking style” and “thought collective” for Fleck, as well as “scientific field” and “habitus” for Bourdieu. The transversality between these authors is mainly related to the conception of scientific knowledge as something social, part of a collective and not isolated.
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