Ulceras genitais em mulheres : caracteristicas clinicas, microbiologicas e anatomopatologicas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

As úlceras genitais constituem preocupação dos programas de saúde nacionais e internacionais. São os sinais principais de vários tipos de afecções que acometem um grande número de mulheres e os seus diagnósticos constituem-se em um dilema. Estabelecê-los corretamente se torna um grande desafio, sendo fundamental para o manejo terapêutico adequado destas enfermidades. Objetivo: Avaliar as características clínicas, anatomopatológicas e microbiológicas de úlceras genitais em mulheres, por seu alto envolvimento com a transmissibilidade da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e sua correlação com as doenças sexualmente transmissíveis. Sujeitos e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal. Foram selecionadas 53 mulheres portadoras de úlceras genitais que procuraram, espontaneamente, ou foram encaminhadas ao Ambulatório de Infecções Genitais e Doenças não Neoplásicas da Vulva do CAISM/Unicamp. As mulheres foram submetidas à anamnese direcionada, avaliação dermato-ginecológica para descrição detalhada das úlceras, oportunidade em que foi coletado material obtido do conteúdo da lesão para estudo microbiológico e realizada a biópsia para o estudo anatomopatológico. Resultados: A média de idade das pacientes foi de 32 anos, sendo que 56,6% tinham nível de escolaridade médio e superior. A etiologia mais freqüente constituiu-se das lesões herpéticas (52,83%), seguidas pelas úlceras auto-imunes (16,98%). Cerca de 60% dos casos chegaram ao serviço usando medicação inadequada e incompatível com o diagnóstico final. O diagnóstico histológico foi conclusivo em apenas 14 dos 53 casos (28,3%). Houve cura em 99% dos casos após uso de terapêutica apropriada. Conclusão: As úlceras genitais femininas estudadas distribuíram-se igualitariamente entre as doenças sexualmente transmissíveis e doenças não sexualmente transmissíveis, sendo o herpes a mais freqüente. Acometem, de forma indistinta, um grande número de mulheres, que em sua maioria são pacientes entre 20 e 40 anos de idade, e mesmo quando aplicados vários métodos propedêuticos são de difícil diagnóstico etiológico. As causas de doenças sexualmente transmissíveis devem, obrigatoriamente, fazer parte do raciocínio clínico frente às úlceras genitais femininas. O exame histopatológico não se constituiu em arma de diagnóstico na maioria das vezes, e não deve ser visto como padrão-ouro, pois é de pouca valia nos casos de úlceras causadas por doenças não sexualmente transmissíveis, bem como nas de causas virais

ASSUNTO(S)

behcet - doença de mulheres - saude e higiene vulva - doenças doenças urogenitais doenças sexualmente transmissiveis doenças dos genitais femininos

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