Variáveis clínicas e bioquímicas associadas com a evolução do peso e da estatura de crianças e adolescentes com doença renal crônica em tratamento conservador
AUTOR(ES)
Vanessa Rodrigues da Silva
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
01/03/2012
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo principal avaliar a evolução de peso e estatura de crianças e adolescentes com doença renal crônica (DRC) em tratamento conservador. Foram analisados retrospectivamente os dados de peso, estatura e exames bioquímicos de 138 pacientes com idade entre 0 e 19 anos, coletados na primeira e na última consulta do período avaliado - 1990 a 2008. O estágio da DRC foi classificado segundo o ritmo de filtração glomerular estimado e a doença renal primária foi classificada em quatro grupos (Nefro-uropatias Congênitas, Doenças Glomerulares, Doenças Císticas e outros). A análise estatística foi baseada na apresentação descritiva dos dados, sendo utilizadas medidas-síntese como a média e o desvio-padrão (DP), além da distribuição percentual das variáveis categóricas. O teste T pareado foi usado para comparar as médias de parâmetros nutricionais na admissão e no final do follow-up. Neste trabalho, foram estudados dois desfechos principais: escore Z de IMC/idade e escore Z estatura/idade, ambos obtidos na admissão e no final do seguimento e analisados de acordo com as recomendações atuais da OMS. Houve predominância do sexo masculino, 55,8%, e a mediana de idade na admissão foi de nove anos. A mediana do tempo de seguimento foi de 5 anos e 5 meses. A DRC foi classificada mais frequentemente como Nefro-uropatia Congênita (58%) e 53,6% dos pacientes com DRC encontraram-se no estágio 3 à admissão. Não houve diferença significativa na comparação entre os escores Z inicial e final do IMC. As análises estratificadas de acordo com variáveis de interesse clínico mostraram que houve uma melhora significativa no escore Z de IMC, principalmente no subgrupo de crianças admitidas com menos de dois anos de idade (p=0,001). Em relação à classificação de DRC na admissão, houve diferença significativa na média do escore Z IMC na admissão entre os três grupos (p=0,032). Entretanto, essa diferença não foi observada no final do seguimento (p=0,203). Em relação ao escore Z de estatura idade, os dados do estudo demonstram uma melhora significativa do DP de estatura ao final do estudo. A média de escore Z estatura idade inicial foi de -2,15 ± 1,46, indicando uma baixa estatura idade de acordo com a classificação OMS, e a média final foi de -1,82 ± 1,49 (p=0,001). Em relação à doença renal primária, não foi encontrada diferença significativa entre os quatro grupos no que concerne a média de escore Z de estatura inicial (p=0,24) e no final do seguimento (p=0,32). A análise de regressão logística multivariada encontrou uma associação significativa com o escore Z de estatura à admissão e albumina inicial. Esta análise demonstrou que a cada aumento de 1 DP no escore Z da estatura inicial aumenta em 4 vezes a chance do paciente atingir o escore Z de estatura adequado (p=0,001) e que cada aumento de 1 grama na albumina inicial aumenta em 2 vezes a chance do paciente atingir uma estatura adequada ao final do período avaliado (p=0,012). O presente estudo reforça que o déficit de estatura de crianças e adolescentes com DRC é multifatorial, apresentando relação com a idade de início e etiologia da DRC, controle metabólico e nutricional. Desta forma, o acompanhamento multiprofissional regular é um componente chave no manejo global de crianças e adolescentes com DRC.
ASSUNTO(S)
antropometria decs estatura decs terapêutica decs continuidade da assistência ao paciente decs criança decs adolescente decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg. insuficiência renal crônica decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8TFJCNDocumentos Relacionados
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