Vírus ébola – de ameaça negligenciada ao estado de emergência global

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-08

RESUMO

RESUMO Objetivo: esta revisão tem como objetivo atualizar os conhecimentos sobre a doença do vírus ébola (DVE) e sobre os recentes avanços nos métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção. Método: foi realizada uma revisão de literatura, utilizando as seguintes bases de dados: ISI Web of Knowledge, PubMed, IRIS, Scopus e os sites do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Adicionalmente, foram incluídos artigos e relatórios referenciados na pesquisa bibliográfica de base e notícias consideradas relevantes. Resultados: o vírus ébola, endêmico de algumas regiões da África, é responsável por uma forma grave de febre hemorrágica no homem, e os morcegos são provavelmente o seu reservatório natural. É um vírus extremamente virulento e de fácil transmissão pelos fluidos corporais. A complexa fisiopatologia da doença, caracterizada pela imunossupressão e pelo estímulo a uma intensa resposta inflamatória, resulta em uma síndrome semelhante ao choque séptico. O seu diagnóstico é difícil, por causa da sintomatologia inicial, que mimetiza outras doenças. Apesar das altas taxas de mortalidade, que podem alcançar os 90%, não existe profilaxia (química ou vacinal) ou tratamento eficaz. Encontram-se em desenvolvimento duas vacinas e terapias experimentais para a prevenção e o tratamento da DVE. Conclusão: apesar de ser um vírus conhecido há cerca de 40 anos, o escasso conhecimento obtido e o desinteresse das entidades governamentais de países envolvidos justificam o estado de emergência que se vive atualmente em relação a esse agente infeccioso. A coordenação por múltiplas entidades e o empenho efetivo da comunidade internacional facilitarão o seu controle e a prevenção eficaz.

ASSUNTO(S)

ebolavirus epidemiologia patologia terapêutica doenças negligenciadas

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